Como uma gestão eficiente pode contribuir na redução do burnout em profissionais da área da saúde?
- B2E Saúde
- 10 de set. de 2024
- 4 min de leitura
Por Jhosy Gomes - O Burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é uma condição que tem afetado significativamente os profissionais de saúde no Brasil e no mundo. Longas jornadas de trabalho, pressão constante, e falta de suporte adequado são apenas algumas das causas que contribuem para esse problema. Abaixo, falo um pouco sobre as causas e sintomas do Burnout, seu impacto na qualidade do atendimento aos pacientes, e como uma gestão eficiente pode ajudar a mitigar esses efeitos.
O que é burnout?
O burnout é caracterizado por um estado de exaustão física, emocional e mental causado por estresse prolongado e situações de trabalho. Na área da saúde, o Burnout é particularmente prevalente devido à natureza do trabalho, que exige uma alta carga emocional e física.
Causas específicas no contexto da saúde:
Longas jornadas de trabalho: profissionais de saúde frequentemente trabalham por muitas horas, incluindo turnos noturnos, o que pode levar ao esgotamento.
Falta de suporte: a ausência de uma rede de apoio, seja por parte dos gestores ou dos colegas, pode intensificar o sentimento de sobrecarga.
Pressão constante: a responsabilidade de lidar com a vida humana e tomar decisões críticas sob pressão pode aumentar o estresse.
Sintomas de burnout em profissionais de saúde
O burnout pode se manifestar de várias formas, afetando tanto o bem-estar físico quanto o emocional dos profissionais. Aqui estão alguns dos sintomas mais comuns:
Sintomas físicos: fadiga crônica, dores de cabeça, insônia, problemas gastrointestinais.
Sintomas emocionais: sensação de fracasso, desesperança, diminuição da satisfação e motivação no trabalho.
Sintomas comportamentais: irritabilidade, isolamento, procrastinação, aumento do consumo de álcool ou outras substâncias.
Impacto do burnout na qualidade do atendimento ao paciente
O impacto do burnout não se limita apenas aos profissionais; ele afeta diretamente a qualidade do atendimento ao paciente. Profissionais esgotados têm maior probabilidade de cometer erros, que podem ser fatais. Além disso, a satisfação do paciente diminui quando o atendimento é realizado por um profissional visivelmente estressado e desatento.
Segundo um estudo recente realizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), cerca de 60% dos médicos brasileiros relatam sintomas de burnout. O estudo também aponta que os erros aumentam em até 25% em ambientes onde o burnout é prevalente.
Impacto do burnout para a instituição
O burnout também traz consequências sérias para as instituições de saúde.
Absenteísmo e afastamento: profissionais afetados pelo burnout tendem a faltar mais ao trabalho e a se afastar por longos períodos, sobrecarregando a equipe remanescente e interrompendo o fluxo de atendimento.
Queda na produtividade e qualidade dos serviços: o burnout reduz a eficiência e aumenta a chance de erros, impactando diretamente a qualidade do atendimento e a satisfação dos pacientes.
Impacto financeiro: as instituições enfrentam custos diretos com tratamentos de saúde e substituições de pessoal, além de custos indiretos, como perda de receita devido à queda na reputação e aumento do turnover.
Como a gestão eficiente pode ajudar a minimizar o burnout
Uma gestão eficiente pode desempenhar um papel valioso na minimização dos efeitos do burnout. A implementação de estratégias de gestão pode criar um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado. Aqui estão algumas formas de como isso pode ser alcançado:
Gestão de escalas: garantir que as cargas de trabalho sejam distribuídas de maneira justa e que os horários sejam flexíveis para permitir que os profissionais tenham um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Governança e suporte: estabelecer uma cultura organizacional que valorize o bem-estar dos funcionários, oferecendo suporte psicológico e programas de bem-estar.
Eficiência operacional: automação de processos administrativos para reduzir a carga de trabalho burocrática e permitir que os profissionais de saúde se concentrem em suas tarefas principais.
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O burnout é um desafio crescente para os gestores e tem repercussões significativas não apenas na saúde e bem-estar dos indivíduos, mas também na qualidade do atendimento prestado e na eficiência operacional das instituições de saúde. As consequências, como absenteísmo, afastamento prolongado, queda na produtividade e impactos financeiros, ressaltam a necessidade urgente de estratégias eficazes para mitigar seus efeitos.
A B2E Saúde entende a importância de abordar o burnout de forma estratégica e integrada. Por meio de práticas de gestão eficientes — como um planejamento estratégico que prioriza o bem-estar dos profissionais, suporte psicológico e programas de bem-estar, e uma abordagem operacional que minimiza a sobrecarga de trabalho — é possível criar um ambiente de trabalho mais saudável e sustentável.
Instituições que investem em uma gestão proativa e que valorizam seus profissionais conseguem não apenas melhorar a qualidade do atendimento ao paciente, mas também reduzir custos operacionais e aumentar a satisfação e retenção dos funcionários.

Enfermeira há 19 anos e graduada pela Universidade Federal do Paraná, Jhosy Gomes é especialista em Gestão Empresarial da Saúde e Gestão Estratégica de Pessoas, ambas pela PUCR-PR. Atua na área da Saúde há 24 anos e possui experiência em gestão de serviços em saúde e liderança de equipes, com foco em Qualidade e Segurança Assistencial, com a implantação e manutenção das Normas de Acreditação Internacional pela JCI (Joint Commission International). Atuou como Gerente de Enfermagem e Diretora Assistencial, com vivência em projetos de reestruturação organizacional, com foco em diferenciais de atendimento e desenvolvimento de líderes de alta performance.
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